11/04/2013

A FAMILIA SEGUNDO O PLANO DE DEUS DE H. WILTS (parte 2)


2 - LAMEQUE E SUA FAMÍLIA (Gênesis 4:19-24) 

Depois da história da primeira família, encontramos em Gênesis 4 e 5 duas genealogias. Uma é a descendência de Caim, a outra a de Sete. Ambas terminam com a breve descrição de uma família.
A primeira é a casa de Lameque. "Lameque tomou para si duas esposas: o nome de uma era Ada, a outra se chamava Zilá. Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado. O nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta. Zilá, por sua vez, deu à luz a Tubalcaim, artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro; a irmã de Tubalcaim foi Naamá. E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes sete" (Gênesis 4:19-24).
Esse breve relato deixa evidente que Lameque tinha todas as características de seu antepassado Caim. Suas palavras e seus atos demonstram que se havia distanciado ainda mais de Deus e de Sua Palavra que Caim. Em conformidade com os pensamentos de Deus, Caim havia tomado para si uma esposa. Freqüentemente se pergunta onde ele conseguiu essa mulher. Só há uma clara resposta bíblica. Adão "gerou [...] filhos e filhas" (Gênesis 5:4). Deus "de um só [ou seja, de Adão] fez toda a raça humana" (Atos 17:26). Portanto, Caim se casou com uma de suas irmãs.
Lameque, por sua vez, agiu em claro desacordo com as intenções de Deus e tomou para si duas esposas. A poligamia é uma prática contrária à ordem estabelecida por Deus na criação (Gênesis 2:24). Quem conhece a Bíblia, sabe que Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou. Conseqüentemente, verificamos que esse mal sempre teve o seu devido castigo. O que se observa em certos países confirma a regra -- eu mesmo pude verificar isso na África. Não se podem esperar casais e lares ideais e felizes se não estiverem fundamentados nesse princípio bíblico.
Lameque não agiu por ignorância. Gênesis 4:24 mostra que ele conhecia as palavras de Deus. Não sentia nenhuma necessidade da proteção que Deus havia prometido a Caim. Suas palavras, cheias de orgulho e vanglória, manifestavam que se considerava capaz de se defender a si mesmo. Ele mesmo poderia lutar por seus direitos! Não precisava de Deus para nada! Vontade própria, independência e autoritarismo eram as características dominantes de sua personalidade. Com essas características, pode-se "alcançar" muito neste mundo pecaminoso.
A breve descrição da família de Lameque atesta isso. Seus três filhos evidenciavam as mesmas características do pai. Os três chegaram a ser famosos no mundo de seu tempo. Foram os pioneiros nas áreas de seus talentos e atividades. Jabal, agricultor, foi chamado de "o pai dos que habitam em tendas e possuem gado". Jubal veio a ser "o pai de todos os que tocam harpa e flauta", foi o eminente pioneiro do mundo da arte e da cultura. O terceiro foi Tubalcaim, artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro. Com razão podemos considerá-lo o precursor do mundo industrial de seu tempo. Podemos imaginar com que respeito os contemporâneos viam Lameque. Que lar mais bem-sucedido tinha esse homem! Como não invejá-lo? Três filhos, e cada um alcançou um lugar de destaque na sociedade!
Que pai não se alegra quando os filhos alcançam posição importante neste mundo? Muitos fazem sacrifícios financeiros para dar aos filhos uma boa educação e dedicam muito tempo e energia para esse fim. Não se alegrariam, então, com o êxito de seus filhos e não se sentiriam orgulhosos deles? É o que pensa a maioria dos pais hoje em dia, e Lameque certamente pensou da mesma maneira. Mas será que era tudo tão belo e bom como parecia? Não teria Lameque se deixado ofuscar pelas aparências? Não é justamente isso que se vê hoje também?
Lameque tinha um contemporâneo que se chamava Enoque. Este também pertencia à sétima geração desde Adão, mas era da linhagem de Sete, que invocava o nome de Deus (Gênesis 4:26). Enoque caminhava com Deus, algo que Lameque não fez. Aliás, fez justamente o contrário. Enoque também se casou. Também gerou filhos e filhas. Pelo que sabemos, Enoque e sua família não foram influentes no mundo de seu tempo. Enoque nem tampouco vivia para este mundo. Não, ele caminhava com Deus.
Os ideais da pessoa que anda com Deus são diferentes dos das demais que vivem só para este mundo. Essa pessoa tem outras normas para dar valor às coisas. Por isso, Enoque via sua tarefa e sua vida neste mundo de modo completamente diferente de Lameque.
Há ainda duas outras passagens que falam do modo de viver de Enoque e completam o que se diz dele em Gênesis. Seu andar com Deus era o andar pela fé, o qual culminou no seu traslado em glória (Hebreus 11:5-6). Mediante essa fé, ele também discerniu a inimizade contra Deus que caracterizava o mundo de seu tempo. Dessa maneira, também entendeu que este mundo caminha rumo ao juízo de um Deus santo. Profetizou acerca deste juízo vindouro e advertiu seus contemporâneos (Judas 14). Infelizmente, o mundo de então não o levou a sério. Três gerações posteriores, nos dias de Noé, esse juízo chegou sob a forma do dilúvio.
A história de Lameque e de sua família deixa uma séria advertência para nós e respectivas famílias. Que eu não seja mal-interpretado! Não é pecado almejar que nossos filhos recebam uma boa educação. Evidentemente também não é pecado exercer uma boa profissão ou um ofício neste mundo. Se trabalhamos na agricultura, na cultura ou na indústria, isso não tem muita relevância -- desde que possamos exercer nossa profissão em comunhão com Deus e que ele seja honrado.
Nós, os crentes, não pertencemos mais a este mundo. Deus "nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (Colossenses 1:13). Por graça, fazemos parte daqueles que o Pai tirou do mundo e deu a Seu Filho (veja João 17:6). Mas ainda estamos neste mundo. Por isso, temos que cumprir um papel que implica muitas responsabilidades.
O apóstolo João escreveu: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente" (1 João 2:15-17).
Para andar de maneira condizente com o nosso lugar e com a responsabilidade que temos neste mundo, precisamos viver a fé de um Enoque. O apóstolo Paulo viu o perigo de fazermos mal uso -- abusar -- deste mundo, e advertiu acerca disso. Mas também mencionou a possibilidade de usarmos corretamente as coisas deste mundo, e dessa forma glorificar a Deus. "Os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa" (1 Coríntios 7:31 - RC). Uso e abuso podem se aproximar muito. Facilmente se passa de um ao outro.
Para esclarecer este assunto, darei um exemplo. Desde os tempos antigos, o homem tem inventado diversos meios para registrar seus pensamentos por escrito e repassá-los a outros. Jó já conhecia a arte de escrever e gravar (Jó 19:23-24). Bem mais tarde inventou-se a imprensae, depois, outros meios de comunicação. Alguém disse que todos esses inventos se tornaram degraus, quer para o céu, quer para o inferno. Podemos verificar que o diabo faz uso intensivo desses meios para estender o seu reino. Será por isso que os crentes hão de rejeitar toda cultura, tornando-se hostis a ela e levando uma vida de isolamento?
A tecnologia gráfica, o rádio e a televisão têm sido meios para espalhar uma onda de perdição sobre este mundo. Eis o abuso. Contudo, utilizada com proveito, a tecnologia gráfica permite que hoje a Bíblia seja colocada nas mãos de milhões de pessoas. Por meio da rádio e das fitas cassetes, as Boas Novas da salvação são proclamadas a muitas pessoas que não sabem ler. Usemos as coisas do mundo, mas não façamos abuso delas!
William Kelly, erudito em línguas e grande conhecedor da Bíblia, encontrou-se certa vez com um professor de línguas antigas. Logo os dois estudiosos estavam envolvidos numa profunda conversa. De repente, o professor lhe perguntou: "Senhor Kelly, qual a sua ocupação?". A resposta foi: "Estudo a Bíblia, escrevo sobre ela e dou conferências". O professor replicou: "Que pena que o mundo esteja perdendo um talento como esse!". William Kelly lhe respondeu com três palavras: "Que mundo, senhor?".
Essa pergunta nos leva a reflexão. Para que mundo vivemos e trabalhamos? Para que mundo educamos os nossos filhos? Lameque, um homem do mundo, educou seus filhos para este mundo. Mas este mundo passa. "Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mateus 16:26). Porém, melhor é dizer como disse Josué: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (Josué 24:15).

Questões referentes à família nº 2:

1)  Que aspectos caracterizam Lameque e quais caracterizam os filhos dele?

2)  Que versículo mostra que Deus não aprova a poligamia?

3)  Que contraste observamos entre Lameque e Enoque?

CONTINUA NA PRÓXIMA SEMANA...

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Texto extraido do livro do pastor H. WILTS (Família segundo o plano de Deus) Editora: DLC Literatura cristã.


ESTE ARTIGO É PRA REFORÇAR A NOSSA COMREENSÃO SOBRE A FAMÍLIA E O SEU PAPEL NO LINDO PLANO DE DEUS. QUE O SENHOR NOS AJUDE A PRESERVAR ESTA SAGRADA INSTITUIÇÃO QUE DEUS QUIS QUE FOSSE A FAMÍLIA, INSTITUÍÇÃO ESTA QUE O DIABO TENTA DE TODAS AS FORMAS DESTRUIR.




Um comentário:

  1. Gloria a Deus pelo estudo, não lê ainda a 1ª parte mais vou lê junto agora com a 2ª... que Deus lhe abençoe...

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